“Ninguém educa ninguém, os homens se educam entre si
mediatizados por seu mundo” ( Paulo Freire, 1975).
Ao longo dos tempos, a educação passou por diferentes tipos de organização, variando em natureza e importância em função de interesses e necessidades socioeconômicas das sociedades onde era requerida.
Nas sociedades primitivas não havia escolas, já que a educação era exercida pelo conjunto dos seus membros. A escola institucionalizada, semelhante à que hoje conhecemos, é uma criação burguesa do século XVI. A instituição escolar foi se tornando cada vez mais complexa a partir do Renascimento e da Idade Moderna, com a adoção de um modelo que promove o confinamento dos alunos, a separação por idades, a graduação em séries, a organização de currículos, a adoção de manuais didáticos. Da mesma forma, exige também maior produção teórica dos pedagogos.
A atenção dada à escola foi, assim, decorrente dos interesses da burguesia nascente, que rejeitava a escola medieval, de inspiração religiosa e excessivamente contemplativa. Passou-se à reivindicar uma escola realista e adaptada ao mundo em transformação.
A escola tradicional encontrava-se voltada para o passado, preocupada em transmitir a maior quantidade possível de conhecimento acumulado, apresentando-se, portanto, de forma predominantemente intelectualista e livresca. Em um mundo ainda de certa forma estável, a educação era feita a partir de modelos ideais.
As críticas a essa escola surgiram a partir da impossibilidade de se continuar pensando em modelos tradicionais de ensino. Daí, a extrema importância da formação do professor e de sua conscientização a respeito da educação, como prática social transformadora. É preciso que ele tenha, aliado à competência técnica, um compromisso político. Essas condições o orientam na escolha das prioridades em educação, tanto no que diz respeito ao conteúdo a ser transmitido, quanto à maneira de ensinar.
O modelo de ensino tradicional facilita a sugestão e, portanto, nos impede de assumir de uma postura crítica, diante de uma proposta de transmissão de saber. Quanto menos pensamento, mais sujeição à sugestão. A sugestão pode ser induzida pela figura do orador, do líder, do professor. Um orador carismático pode sugestionar multidões. Assim, assumir uma postura direcionada pelo líder implica sujeição à sugestão.